Essa (re)união
de nossos pedaços
após nos auto-destruírmos
sempre será mais fácil se,
antes de tudo,
tivermos amor verdadeiro.
Mas, ué?
Isso já foi falado...
já foi discutido.
Sim...
mas foi discutido
o amor verdadeiro
para o outro.
E o amor verdadeiro próprio?
Porque não foi falado antes?
Porque sempre começamos
sofrendo por fora
para chegar “ao dentro”?
É engraçado como precisamos
ser machucados por fora
para curar
o que está dentro.
É engraçado como
dependemos do universo externo
para construir
o universo interno.
Usamos o molde
do mundo
de fora
para
o mundo
de dentro.
Existimos como
“Eu”
apenas pelo
“Você”.
Apenas
“via”
o Outro.
Somos
Nós
após
o Outro.
Somos apenas
Nós
quando entramos
em contato
com o Outro.
Entendemos o que
queremos,
somos,
gostamos,
entendemos
ou não;
justamente
no contato
com o Outro.
Então
não é óbvio
que descobriremos
o amor verdadeiro próprio
apenas
quando entrarmos em contato
com o amor verdadeiro
do outro?
Não?