Então
o que fazer
senão
reconstruir?
Reconstruir
a alma
despedaçada?
Começar
quase do “zero”
a moldar,
da pedra bruta,
a essência
antes
praticamente inexistente.
Não é nada fácil.
É difícil fazer isso
várias e várias
vezes seguidas.
É difícil
se manter íntegro
quando é
de nossa natureza
o ato
de se despedaçar
para procriar.
Não podemos esquecer
que somos,
antes de humanos,
meros animais.
Somos
macacos
inteligentes.
Tão inteligentes
que conseguimos nos enganar
a ponto de nos matarmos
por pensamentos irracionais,
automáticos
e idiotas.
E no fim o que temos de nós?
O que temos,
senão ímpetos irracionais
justificados por
racionalidades
imbecis?
Daí pensamos
no amor
e nos vínculos que criamos
como se fossem atos
totalmente lógicos e naturais...
mas...
será mesmo?
Como vamos construir algo
se nem sabemos
o que queremos construir?
Como vamos
nos construir
se nem sabemos
quem somos?
O que há de ser construído
com base
no inexistente?
Talvez...
um...
nada!