Quando você
tenta juntar
o que sobrou
de um coração
explodido e misturado,
não existe pá
ou sacos de lixo
suficientes
para tanta
destruição.
Você não sabe o que
é seu
e o que era
do outro.
Não sabe mais diferenciar
o que é original
e o que foi alterado.
Não existe mais
conto de fadas.
Não existe mais
esperança.
Não existe mais
amor.
Não existe mais...
nada.
Apenas a dor.
A imensa
dor de olhar ao redor,
dentro de si,
e não ver
mais nada em pé.
Mais nada intacto.
Mais nada
que tenha resistido
ao que passou.
E aí vem,
além da dor da perda,
a dor da reconstrução.
A dor
de saber que será necessário
se reconstruir
para poder ter
qualquer coisa
de novo.
E o pior de tudo?
Ter certeza que
ou você faz isso,
ou você morre.
Morre junto
com sua
alma.