Sim, você havia dito desde o começo.
É incrível como podemos nos enganar, não?
É incrível com o cérebro humano
tão potente,
tão capaz de coisas incríveis,
consegue se enganar tão facilmente.
Mas é claro!
Sendo tão potente assim,
é óbvio que poderia usar todo esse potencial
de forma equivocada.
O cérebro é tão potente,
que é capaz de mentir para si mesmo.
E acreditar cegamente na própria mentira.
É capaz de não ouvir o que não gosta.
Não aceitar o que não acredita.
É incrível!
Me desculpe.
Desde sempre você disse que não estava pronto.
Disse que não estava pronto para amar.
Disse que não estava pronto para me amar.
Para se envolver.
Para ter algo além do que tivemos.
E eu,
como sempre,
me iludi.
Me iludi porque amei.
E ainda amo,
não adianta!
Por mais incrível que pareça,
nosso curto tempo
foi tão longo quanto a eternidade.
Construímos neste mundo
o que talvez já tivéssemos
construído em outro lugar.
Não sei!
Foi tão... real!
Foi tão... sincero!
Mas no fim
nós dois nos enganamos.
Nós dois quisemos algo mais,
mas não estamos prontos.
Falta um pouco ainda.
Para mim.
Para você.
Para nós.
Mas estou com o coração tranquilo.
Tudo que tivemos foi tão bom
que nunca esqueceremos,
mesmo que nos esqueçamos.
Sei que isso não vai acontecer,
mas quem sabe
se não me enganarei
de novo?
Quem sabe?
E de qualquer forma,
precisávamos disso tudo.
Precisávamos saber que existe algo mais para nós.
Precisávamos saber que existia... “Nós”... para nós.
Então,
quem sabe,
tudo isso não foi bom para pararmos de nos enganar
com outros que queriam
(e queiram)
nos iludir?
Quem sabe?
Quem sabe...