Eu sempre precisei de alguém a quem amar.
Sempre precisei de alguém
com quem eu pudesse compartilhar
todo meu amor.
Todas essas TONELADAS
infinitas de amor.
Não bastava um cachorro.
Mil gatos não dariam conta.
Eu precisava de mais de um Eu
para conseguir resistir
a todo esse amor
de Mim.
Era amor DEMAIS.
Amor sufocante.
Infinito para qualquer um normal.
NINGUÉM
além de Mim
daria conta desse
EU.
Finalmente resolvi me casar.
Eu TIVE que me casar
COMIGO MESMO.
Se eu não fizesse isso,
o mundo ruiria
diante do Eu
que estava se manifestando em Mim.
Eu tive que contÊ-lo.
Pelo bem da humanidade.
Em Mim reside o Eu, agora.
Neste mero anel.
Tudo que poderia explodir de mim, está Aqui.
Neste anel.
Neste Eu.
Está neste Casamento.
De Mim Comigo Mesmo.
Quero ver alguém tirar isso de mim.
E se alguém perguntar:
“Nossa, se casou?”
Direi apenas:
“É uma longa,
porém,
curta história.”
Abrace sua escuridão.
Sinta sua sombra e contemple
o que há de mais obscuro
em si mesmo.
Só assim você saberá quem você é de verdade.
De que adianta achar que sabe quem é,
se vê apenas uma pequena parte?
Que Eu é esse que é apenas um pedaço?
Às vezes,
perder o equilíbrio faz parte de uma vida equilibrada.
O desequilíbrio faz parte
do novo equilíbrio.
E é nesse equilíbrio,
que se acham
os outros pedaços.
Agora é o tempo.
Tá vindo faz tempo.
Agora o tsunami chegou na costa.
Deixa destruir o que tiver que destruir.
O que não sobrar a gente reconstrói.
Faz o novo.
De novo.
De novo
e de novo.
Nunca acaba.
Porque é infinito.
Não existe tempo para a Alma.
Não existe tempo para o que é eterno.
Deixa vir.
Estou pronto.
Para o pior.
Do pior,
virá o melhor.
Do pior renascerá o Eu...
verdadeiro.
Está na hora de abrir mão.
Deixar ir o que nunca foi.
O que nunca existiu.
O que nunca foi construído nesse plano.
Infelizmente (ou felizmente),
preciso deixar
que se dilua
no infinito.
Preciso mesmo!
Claro que é um processo.
Claro que esse momento da decisão de
“deixar que suma”
está em construção há algum tempo.
Nada acontece de repente.
Tudo é um processo.
Agora sinto que estou pronto.
Finalmente.
Chega de sofrer.
Chega de me ater ao invisível.
Chega de me ater ao inexistente.
Chega de me ater ao futuro simulado apenas
em minha mente.
Acabou a esperança.
Restou apenas...
o desejo do universo.
Não está mais sob meu (achado) controle.