E assim,
a Alma seca.
Se regenera.
Livre do velho.
Prestes a se preencher com o Novo.
Mas não é uma nova Alma.
É apenas...
uma Alma Nova.
O que começou, agora segue.
Segue para a dor que se aprofunda
para apenas depois
trazer a cura.
É incrível como o silêncio é devastador.
Como o silêncio causa a dor ao mesmo tempo em que cura.
Às vezes precisamos do silêncio
para ter certeza das coisas.
Às vezes o silêncio é uma punição.
Às vezes o silêncio é uma dádiva.
Às vezes o silêncio é a solução.
É no silêncio que ouvimos o eco de tudo que dissemos.
Quando estamos conversando
ou brigando
não conseguimos ouvir a nossa própria voz.
É no silêncio da resposta
que ouvimos de volta o que foi dito.
Que recebemos de volta
o golpe que tentamos dar.
É no silêncio que reside a dúvida.
A dúvida de como o alvo foi atingido.
Será que o alvo morreu por dentro?
Será que ele não sentiu nada?
Será que se importou?
Será que tem algo a dizer?
Ou não diz nada
por não saber o que dizer?
Será que se importa o suficiente
para não dizer nada que magoe,
ou será que simplesmente
não se importa NEM UM POUCO,
a ponto de não querer
nem se esforçar
para responder?
Ah!...
Como dói o silêncio.
Como dói.
...
Muito obrigado.
Muito obrigado MESMO!
Eu precisei de você.
Eu abusei de você.
Eu USEI você.
Óbvio que não foi por você querer.
Óbvio que não foi intencional (da sua parte).
Óbvio que não foi algo que você (e nem eu) planejou(amos).
Mas... aconteceu.
O “tempo” (daquele poema “Um Tempo de Verdade”)
fez algo comigo.
Fez algo que não consigo explicar!
Me fez concluir que...
...não sei direito.
Que...
...já era.
Que o que tínhamos está... MORTO.
Finalmente morreu.
Se era isso que você esperava –
que eu fosse superar o que tivemos e que simplesmente
virasse seu amigo –
aconteceu.
Não sinto mais NADA.
Não sei o que aconteceu!
Foi
de repente.
Como um laser que atravessou minha mente.
Como um tiro que arrancou de mim A VIDA.
Se você era A VIDA, não sei.
Parece que sim.
Bom...
A VIDA
se foi.
Restou o MORTO.
E veja bem...
Este MORTO está VIVO.
Não sei o que houve.
Ele sobreviveu.
E sinceramente...
...tá bem.
Cara.
Tá até melhor do que antes.